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domingo, 9 de dezembro de 2012


QUANTO MAIS SE GRITA, MENOS SE OUVE.
 
Atualmente a conservação e a preservação ambiental, tem sido os assuntos mais difundidos nos variados setores e segmentos da sociedade. Mesmo assim o desmatamento ilegal, a poluição, a contaminação, os lixões e a matança de animais silvestres tem sido constante. E mesmo que alguns tentem abafar a gravidade do caso, mostrando alguns números de redução da degradação disso ou daquilo, a destruição da natureza é extremamente gritante! E o que mais me impressiona é ver que mesmo com todas essas informações e todo esse estado de alerta, as pessoas não se sentem ameaçadas. Ou seja, não há um estado de pânico, temor, preocupação, mobilização da sociedade, das pessoas... vivendo quase como na filosofia da vaca, “cagando e andando”, pro problema!
Adotar algumas medidas para conter os níveis de emissão dos gases provocadores do aumento do efeito estufa, por exemplo, é uma alternativa já comprovada por muitos pesquisadores e cientistas da área, para tentar diminuir/reduzir o aquecimento global e suas terríveis consequências. E isso tem sido uma das maiores preocupações alertadas em todos os meios de comunicação, mas mesmo assim não há uma preocupação prática por parte da sociedade, dos governos, dos investidores, das indústrias... Existem alguns passos (justiça seja feita), mas ainda tímidos diante da gravidade. E outro comportamento muito comum e um tanto quanto hilária de algumas pessoas é achar que colocando o seu carro debaixo de uma árvore, em busca de alguma sombra (isso quando encontram alguma árvore!), estão salvas do calor! Um detalhe: só se dão conta do valor de uma árvore em época de calor, no verão principalmente, quando se deparam com a falta delas para salvaguardar os seus carros. Pasmem!
A partir de 1970, com a percepção da gravidade ambiental, uns fulanos já preocupados,  mobilizaram alguns eventos em busca de mudanças de uma nova e responsável convivência do mundo com o meio. Pelo menos foi essa a intenção, quando se fez surgir o termo sustentabilidade como algo “estratégico” de explorar os recursos naturais a satisfazer as necessidades das gerações presentes sem esgotar os mesmos recursos tornando possível também satisfazer as gerações futuras. Bem como do destino correto dos resíduos, seja doméstico, hospitalar ou industrial. Ou seja, tornar um mundo possível de melhor ser habitado. Pois bem, a ideia foi lançada, mas na prática está tudo invertido. O grande problema é que nessa corrida capitalista ninguém quer largar seu “osso”, mesmo ouvindo falar de todos os blás, blás, blás da vida!
E outra coisa muito comum, e que virou até moda, é falar de sustentabilidade. E do tal desenvolvimento sustentável. Muitos falam, mas quantos praticam ou entendem o que vem a ser essa palavra tão degustada atualmente? Além de quais são os prós e os contras. Diga-se de passagem, é palavra-chave do vocabulário de toda e qualquer política pública ou tomada de decisão das iniciativas privada com relação à exploração dos recursos naturais, mas no fundo, na grande maioria a palavra é usada só como pano de fundo mesmo das reais intenções.
Portanto se a pessoa continua a jogar papel de bala na praça pública e a multinacional jogando óleo nos oceanos, poucos estão preocupados em medir as consequências. E no geral quase sempre querem "jogar tudo debaixo do tapete".
A minha certeza é de que o mundo já dispõe de informações suficientes a comprovar de que a sustentabilidade dos recursos naturais, o contínuo equilíbrio dos fatores ambientais, um ambiente limpo e protegido é fator preponderante para a manutenção da biodiversidade do planeta e condições estas favoráveis à vida da espécie humana. Mas também sei que infelizmente não adianta ficar aos berros gritando aos quatro cantos do mundo... poucos terão ouvidos para ouvir. Mesmo assim, continuo vivendo a vã filosofia do beija-flor tentando apagar o incêndio. Sei que não vou consegui, mas estarei no mínimo com a consciência menos pesada diante as gerações futuras.
Mas é que até a minha pobre ignorância consegue ficar perplexa ao compreender como algumas sociedades (de todas as esferas) se engalfinham, brigando por interesses mesquinhos em detrimento de relevantes assuntos que dizem respeito diretamente à própria existência humana, como a preservação da biodiversidade, por exemplo. E mesmo com todo meu otimismo, percebo que essa seja uma pauta ainda muito timidamente simpatizada aos assuntos mais “sérios” que nossa sociedade “moderna”(?) tem a ocupar seus preciosos tempos.

Dráuzio Correia Gama
Estudante de Eng. Florestal
Universidade Federal de Sergipe-UFS
drauziogama@hotmail.com